Ensaio Energético

Indicadores Semanais dos Combustíveis – 3ª semana de julho/2023

Destaques

  • Desde o início das publicações dos Indicadores Semanais dos Combustíveis, o gap da gasolina é o menor, estando 17,99% abaixo do Preço de Paridade de Importação (PPI).
  • Também é a primeira vez que o preço interno do diesel nas refinarias está abaixo do PPI, o que resulta em um gap
  • Na bomba, o etanol segue trajetória de queda. É mais econômico abastecer com o biocombustível em 4 estados, além do Distrito Federal. Este é o maior número de estados desde o início das publicações dos Indicadores.

 

Indicadores de Gap

Em 07/07/2023, a Petrobras não comunicou nenhum reajuste no preço da gasolina em suas refinarias. No cenário externo, a taxa de câmbio teve variações, com uma desvalorização do dólar frente ao real de 1,7%. No entanto, no Golfo do México, o galão de gasolina está mais caro em 5,49%. Como a desvalorização do dólar frente ao real foi menor do que a redução do preço do combustível no mercado internacional, o gap da gasolina aumentou nesta semana, indo de 14,96% para 17,99% abaixo do Preço de Paridade de Importação (PPI). No último mês, portanto, a gasolina está se distanciando mais do PPI. Desde o lançamento dos Indicadores do Ensaio Energético, a diferença entre os preços domésticos e externos é a maior já verificada.

 

Para o diesel, o gap diminuiu 5,06 pontos percentuais, indo de 4,78% acima do PPI, na semana anterior, para 0,28% abaixo do PPI nesta semana. Sem reajustes por parte da Petrobras, a diminuição do gap ocorreu devido ao aumento do preço praticado no mercado internacional ser maior que a desvalorização do dólar frente ao real. No Golfo do México, o preço do galão do diesel avançou cerca de 6,89% entre 07/07 e 14/07. É a primeira vez que o preço doméstico do diesel apresenta gap negativo, ou seja, fica abaixo do PPI desde o início das publicações dos Indicadores.

 

O GLP, assim como a gasolina e o diesel, também não teve seu preço reajustado para baixo pela Petrobras, em 14/07/2023. No mercado internacional, a trajetória de preços foi de aumento, com um avanço de 5,92%. Como o preço interno não se alterou e o dólar desvalorizou frente ao real menos do que o preço de referência aumentou, o gap do GLP apresentou uma diminuição. Atualmente, o botijão de 13kg está 39,88% acima do PPI.

 

Indicadores de Capacidade de Pagamento

Entre 08 e 15/07/2023, verificou-se uma leve melhora nos indicadores da capacidade de pagamento dos combustíveis. O preço médio da gasolina reduziu 0,71% nacionalmente, passando a custar R$ 5,63 o litro. Isso trouxe como consequência direta uma melhora no indicador, e agora o consumidor precisa comprometer 12,80% de um salário mínimo diário a cada litro adquirido. Na última divulgação, o percentual era de 12,89%.

Nos estados, a gasolina mais barata é vendida no Amapá. Assim como a média nacional, o estado também melhorou no indicador, com 11,95%, conforme o gráfico. Mato Grosso vem em segundo, com 12,18%, e o estado de Minas Gerais passa a ocupar a terceira posição, com uma redução de R$ 0,09. Já os piores no indicador da gasolina são Rondônia, Amazonas, e o Acre.

 

O etanol sofreu redução de 1,53% no preço médio nacional. O consumidor agora desembolsa R$ 3,87 a cada litro. Essa redução impactou positivamente a capacidade de pagamento do consumidor, que passa a comprometer 8,80% de um salário mínimo diário por litro adquirido.

Os estados do Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais são melhores no ranking com o etanol mais barato. Por outro lado, o estado com a pior capacidade de pagamento é o Amapá (11,95%), que mesmo tendo apresentado melhora, permanece em último, seguido de Roraima e Rondônia.

 

O combustível GLP sofreu na semana de 15/07 mais uma redução. O preço médio caiu 0,66%, passando a custar R$ 101,91. Isso significa que o consumidor agora precisa de menos tempo médio de trabalho para a compra do insumo. Para comprar um botijão de 13kg, são necessários 2,32 dias de trabalho, com base no valor do salário mínimo.

Os estados com a melhor capacidade de pagamento seguem sendo Pernambuco, Rio de Janeiro e Alagoas. Já os piores, no outro extremo do gráfico, são Rondônia, Mato Grosso, e por último Roraima, com 2,87 dias. Suas posições permanecem as mesmas do último boletim.

 

Indicador de Competitividade do Etanol frente à Gasolina

A categoria de gasolina muito competitiva para a semana 09/07/2023-15/07/2023 segue composta por 19 estados, resultado este invariável à última divulgação dos indicadores. No total, porém, dois estados mudaram de categoria, ambos apresentando uma variação positiva para a vantagem competitiva do etanol frente à gasolina:  Minas Gerais (com o indicador de 0,700, “etanol”) e Mato Grosso (com o indicador de 0,631, “etanol muito competitivo”). No Mato Grosso, o preço médio do etanol caiu em 4%, maior variação observada para a semana no país, enquanto o preço da gasolina caiu em 1%. Considerando a média do indicador para todos os estados e o Distrito Federal, a tendência de queda segue verdadeira, agora, com dados demonstrando vantagem média crescente do etanol pela quarta semana consecutiva.

Para os Estados onde a gasolina é muito competitiva, os valores da relação variam entre 0,759 no Amazonas e 1,000 no Amapá. Enquanto aos que a categoria indica a gasolina relativamente competitiva são o Acre (0,747), Mato Grosso do Sul (0,718) e Paraná (0,731). Em São Paulo e Goiás, com vantagem média do etanol, os valores são respectivamente 0,679 e 0,682.

 

Para mais detalhes acerca da metodologia de cálculo dos três indicadores, clique aqui

 

Sugestão de citação: Raeder, F.; Alves, B.; Souza, L. Motta, W. Indicadores Semanais dos CombustíveisBoletim de Indicadores, 3ª semana de julho/2023. Ensaio Energético, 19 de julho, 2023.

Autor Fixo e Editor dos Indicadores do Ensaio Energético. Formado em Economia, Mestre e Doutorando em Economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). É professor substituto da Faculdade de Economia da UFF e pesquisador do Grupo de Energia e Regulação (GENER/UFF).

Bruno Alves

Estudante a nível de bacharelado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Fluminense e integrante do Grupo de Pesquisa em Energia e Regulação (GENER/UFF).

Letícia Souza

Estudante a nível de bacharelado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Fluminense e integrante do Grupo de Pesquisa em Energia e Regulação (GENER/UFF).

Wolney Motta

Estudante a nível de bacharelado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Fluminense e integrante do Grupo de Pesquisa em Energia e Regulação (GENER/UFF).

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