Ensaio Energético

Indicadores Semanais dos Combustíveis – 4ª semana de julho/2023

Destaques

  • Pela sétima semana consecutiva, o gap da gasolina apresentou redução. Atualmente, o preço do combustível no país é cerca de 20,15% mais barato que a referência internacional.
  • Também é a segunda semana consecutiva que o diesel está sendo comercializado abaixo do Preço de Paridade de Importação (PPI).
  • Para os consumidores, os preços gasolina, do etanol e do GLP caíram 0,71%, 2,58% e 0,05%, respectivamente, sinalizando melhorias nos indicadores de capacidade de pagamento
  • Em São Paulo, a competividade do etanol em relação à gasolina vem aumentando e o preço do biocombustível está em 66% do preço da gasolina.

 

Indicadores de Gap

Em 21/07/2023, a Petrobras não comunicou nenhum reajuste no preço da gasolina em suas refinarias. No cenário externo, a taxa de câmbio teve variações, com uma desvalorização do dólar frente ao real de 0,21%. No entanto, no Golfo do México, o galão de gasolina está mais caro em 2,92%. Parte do aumento da gasolina no mercado externo guarda relação com o petróleo mais caro, já que o barril atingiu sua máxima nos últimos três meses, justificada pela oferta mais restrita combinada com maior demanda por parte dos Estados Unidos e China.

Como a desvalorização do dólar frente ao real foi menor do que o aumento do preço do combustível no mercado internacional, o gap da gasolina aumentou nesta semana, indo de 17,99% para 20,15% abaixo do Preço de Paridade de Importação (PPI). No último mês, portanto, a gasolina está se distanciando mais do PPI.

 

Para o diesel, o gap diminuiu 0,01 ponto percentual, indo de 0,28% abaixo do PPI, na semana anterior, para 0,27% abaixo do PPI nesta semana. Sem reajustes por parte da Petrobras, o gap não sofreu grandes alterações devido ao aumento do preço praticado no mercado internacional ser muito próxima da desvalorização do dólar frente ao real. No Golfo do México, o preço do galão do diesel avançou cerca de 0,21% entre 14/07 e 21/07.

 

O GLP, assim como a gasolina e o diesel, também não teve seu preço reajustado para baixo pela Petrobras, em 21/07/2023. No mercado internacional, a trajetória de preços foi de aumento, com um avanço de 2,39%. Como o preço interno não se alterou e o dólar desvalorizou frente ao real menos do que o preço de referência aumentou, o gap do GLP apresentou uma diminuição. Atualmente, o botijão de 13kg está 36,9% acima do PPI. Desde a adoção da nova política de preços da Petrobras, em meados de maio de 2023, este é o menor gap observado para o GLP.

 

Indicadores de Capacidade de Pagamento

Na semana de 22/07/2023, preço da gasolina no país apresentou uma redução de 0,71%, passando a custar R$ 5,59 o litro. Essa redução aumentou a capacidade de compra do combustível ao consumidor final, que agora precisa comprometer 12,70% de um salário mínimo diário a cada litro adquirido. Na semana anterior, o valor era equivalente a 12,80%.

No âmbito estadual, o Amapá encontra-se novamente com a melhor capacidade de pagamento do país, seguido do Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Os estados com a gasolina mais cara, no lado oposto do gráfico são Rondônia (13,80%), Amazonas (14,32%) e por último o Acre (14,48%). Este resultado tem se repetido nas últimas semanas.

 

A média nacional do preço do etanol caiu de R$ 3,87, para atuais R$ 3,77, uma queda de 2,58% desde a última divulgação. A consequência imediata foi uma melhora no indicador. Agora, o consumidor compromete 8,57% do salário mínimo diário na compra de cada litro do insumo.

A nível estadual, Mato Grosso (7,80%), São Paulo (8,16%) e Minas Gerais (8,36%) seguem sendo os detentores do etanol mais barato do país, e devido à redução apresentada, melhoraram ainda mais a capacidade de compra. Por outro lado, o estado do Amapá encontra-se na pior posição do indicador, com 11,95%, seguido de Roraima e Rondônia.

 

O preço do GLP ficou ligeiramente mais baixo nesta semana. A média nacional para cada botijão de 13kg está no patamar de R$ 101,86, apresentando uma redução de 0,05%. A nível nacional, são necessários 2,32 dias de trabalho a cada botijão adquirido.

Nos estados Pernambuco, encontra-se em primeiro lugar do ranking, com o GLP mais barato do país. Alagoas e Rio de Janeiro vêm em segundo, com a mesma capacidade de pagamento. Os estados com o indicador mais baixo para o insumo são Amazonas, Mato Grosso e Roraima. Neste último, a média chega a 2,86 dias de trabalho para cada botijão.

 

Indicador de Competitividade do Etanol frente à Gasolina

Embora o recuo do preço médio nacional do etanol (-2,58%) tenha sido superior à queda do preço médio da gasolina (-0,71%) na semana finalizada em 22/07/2023, o mapa da competitividade do etanol frente à gasolina permaneceu exatamente igual ao apresentado no boletim anterior. O destaque continua sendo o estado de Mato Grosso, com indicador verificado de 0,620, o que aponta para uma grande economia para os consumidores ao abastecerem com etanol. Já para o estado de São Paulo, o indicador vem se aproximando cada vez mais do limiar de 0,65. Atualmente, o índice está em 0,666. Goiás (0,674), Minas Gerais (0,690) Distrito Federal (0,697) são os outros estados que apontam leve vantagem para o biocombustível.

No âmbito nacional, o indicador médio entre os estados está próximo de 0,78 e em quatro estados (Amazonas, Acre, Mato Grosso do Sul e Paraná) o indicador está pouco acima de 0,70 e abaixo de 0,75, indicando uma leve vantagem para a gasolina. Outro fator relevante tange ao Amapá, cujo indicador sempre foi maior que 1,00, indicando que o litro do etanol é mais caro que a gasolina. Nesta semana, contudo, o indicador ficou em 0,996. Ou seja, pela primeira vez o preço do etanol é mais baixo no estado.

 

Para mais detalhes acerca da metodologia de cálculo dos três indicadores, clique aqui

 

Sugestão de citação: Raeder, F.; Alves, B.; Souza, L. Motta, W. Indicadores Semanais dos CombustíveisBoletim de Indicadores, 4ª semana de julho/2023. Ensaio Energético, 28 de julho, 2023.

Autor Fixo e Editor dos Indicadores do Ensaio Energético. Formado em Economia, Mestre e Doutorando em Economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). É professor substituto da Faculdade de Economia da UFF e pesquisador do Grupo de Energia e Regulação (GENER/UFF).

Bruno Alves

Estudante a nível de bacharelado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Fluminense e integrante do Grupo de Pesquisa em Energia e Regulação (GENER/UFF).

Letícia Souza

Estudante a nível de bacharelado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Fluminense e integrante do Grupo de Pesquisa em Energia e Regulação (GENER/UFF).

Wolney Motta

Estudante a nível de bacharelado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Fluminense e integrante do Grupo de Pesquisa em Energia e Regulação (GENER/UFF).

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