Ensaio Energético

Indicadores Semanais dos Combustíveis – 4ª semana de junho/2023

Destaques

  • Nesta semana, os preços dos combustíveis apresentaram altas que variaram entre 1,94% e 4,57% no Golfo do México. Sem reajustes no Brasil, houve redução no gap para gasolina, diesel e GLP;
  • Se não houve reajustes de preços no produtor, para o consumidor final os combustíveis estão mais baratos. Houve melhoria na capacidade de pagamento do etanol, da gasolina do GLP;
  • Da última semana de maio para a última semana de junho, o preço médio do etanol recuou de R$4,32 para R$3,74. O reflexo a gradual maior competitividade do etanol em um maior número de estados.

 

Indicadores de Gap

Na semana do dia 23/06/2023, o gap da gasolina teve uma diminuição de 1,1 ponto percentual, passando de -9,74% para -10,84 %. Essa variação no gap da gasolina deixou o preço interno mais afastado, para baixo, do Preço de Paridade de Importação (PPI). Houve um aumento de 1,94% no preço da commodity no Golfo do México. No que diz respeito ao câmbio, houve uma desvalorização do dólar frente ao real, com a moeda estrangeira diminuindo cerca de 0,70%. Portanto, em reais, o preço de referência apresentou ligeira elevação. Durante esse período, a Petrobras não comunicou nenhum reajuste no preço cobrado pelo litro da gasolina.

 

Por sua vez, o gap do diesel sofreu alterações, diminuindo de 9,52% acima do PPI na semana de 16/06/2023 para 2,91% acima do PPI em 23/06/2023. Isso indica que os preços domésticos do diesel estão mais próximos dos preços praticados no mercado internacional. O preço do galão do diesel do Golfo do México aumentou em torno de 7,2%. Durante esse período, a Petrobras não comunicou nenhum reajuste no preço cobrado pelo litro do diesel.

 

Na semana de 16/06/2023, o gap do GLP verificado foi de 54,64% acima do PPI. Já em 23/06/2023, o indicador atual foi de 48,93%. Portanto, o distanciamento do preço doméstico em relação ao PPI, que ainda é elevado, apresentou um recuo. No mercado internacional, o preço do galão de GLP aumentou um percentual de 4,57% em relação à semana anterior. Durante esse período a Petrobras não comunicou nenhum reajuste no preço cobrado pelo litro do GLP.

 

Indicadores de Capacidade de Pagamento

Na última semana, o preço médio da gasolina sofreu mais uma pequena redução, chegando a R$ 5,35. Em termos percentuais, o recuo semanal médio foi de 0,93%. O que representa uma melhora na capacidade de pagamento do consumidor final, dado que, na semana anterior era necessário desembolsar 12,27% do salário mínimo diário a cada litro adquirido. Hoje, o valor representa 12,16%.

A nível estadual, o Amapá não só permanece em primeiro lugar no ranking, como apresentou índice ainda menor que as últimas duas semanas, cujo litro da gasolina equivale a 11,36% do salário mínimo diário. Maranhão permanece em segundo lugar, e o Mato Grosso do Sul passa a ocupar o terceiro. As piores capacidades de pagamento permanecem sendo no Acre e Amazonas, com 13,73% e 13,68%, respectivamente, cujos valores permanecem os mesmos da semana passada. Ou seja, nestes estados, não ocorreram reduções no preço da gasolina na bomba.

 

Já o preço do etanol, que recuou 0,79% na semana passada, apresentou nesta semana uma queda similar: de 0,80%. Chegando, portanto, à média nacional de R$ 3,74 o litro. Essa redução melhorou a capacidade de pagamento do combustível em outros 0,07 pontos percentuais, saindo de 8,57% para 8,50% do salário mínimo diário.

Mato Grosso permanece como o estado líder do índice e apresenta nova melhora. Sua capacidade de pagamento, que chegava a 8% no início do mês de junho, após consecutivas reduções, encontra-se no patamar de 7,75%.

Os estados de São Paulo e Minas Gerais se mantiveram na sequência, na parte positiva da tabela com os melhores preços para o etanol. Por outro lado, na parte inferior, Roraima ultrapassa o Amapá como o estado com o maior preço do país, chegando a R$ 5,39 o litro do combustível, o que representa 12,25% do salário mínimo diário.

 

Assim como a gasolina e o etanol, o combustível GLP também apresentou melhora na capacidade de pagamento. O recuo semanal foi de 0,25%, trazendo leve melhoria no indicador. Se na última semana o trabalhador precisava dedicar 2,35 dias de trabalho para comprar um botijão de 13kg de GLP, esta semana requere 2,34 dias. O preço médio nacional do GLP é de R$ 103,29.

Os três estados com o GLP mais barato do país permanecem sendo Pernambuco, Rio de Janeiro e Espírito Santo, e nos três houve melhora no indicador. As três piores posições também permanecem inalteradas, sendo elas Rondônia, Mato Grosso e Roraima. Dada a tendência do combustível ser mais elevado nos estados da região norte do país, o indicador chega a 2,86 dias de trabalho necessários à compra do insumo em Roraima, representando alta de 0,11 dias de trabalho em relação à última divulgação.

 

Indicador de Competitividade do Etanol frente à Gasolina

Para a semana de data final 24/06/2023, 20 estados apresentaram a gasolina muito competitiva, o que indica alta vantagem de consumo deste combustível frente o etanol. Em Goiás (0,700) e São Paulo (0,686), no entanto, os indicadores indicam a maior vantagem de consumo para o etanol. Além disso, merece destaque o Mato Grosso, cujo etanol se mostra muito mais econômico para o consumidor, com índice de 0,637. A média do valor dos indicadores englobando todos os estados foi de 0,796, o que representa uma melhora visto que no final de maio a média ficava em torno de 0,819. Como um todo, é possível ver um maior número de estados em cinza claro ou em amarelo no mapa.

Em geral, a maior observação foi o Amapá (1,008). No estado, o etanol chega a ser mais caro que a gasolina. Por sua vez, a menor, como indicado no mapa, foi o Mato Grosso. No mês de junho, verificou-se uma tendência foi de baixa dos preços dos combustíveis: houve uma queda sustentada do preço da gasolina (nesta semana caiu em 2,74% no DF e 2,43% no estado de Goiás, por exemplo), aliada a quedas no preço do etanol, que chegaram a 4,25% no Amapá e 2,64% no Ceará.

 

Para mais detalhes acerca da metodologia de cálculo dos três indicadores, clique aqui

 

Sugestão de citação: Raeder, F.; Alves, B.; Souza, L.; Motta, W. Indicadores Semanais dos CombustíveisBoletim de Indicadores, 4ª semana de junho/2023. Ensaio Energético, 28 de junho, 2023.

 

Autor Fixo e Editor dos Indicadores do Ensaio Energético. Formado em Economia, Mestre e Doutorando em Economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). É professor substituto da Faculdade de Economia da UFF e pesquisador do Grupo de Energia e Regulação (GENER/UFF).

Bruno Alves

Estudante a nível de bacharelado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Fluminense e integrante do Grupo de Pesquisa em Energia e Regulação (GENER/UFF).

Letícia Souza

Estudante a nível de bacharelado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Fluminense e integrante do Grupo de Pesquisa em Energia e Regulação (GENER/UFF).

Wolney Motta

Estudante a nível de bacharelado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Fluminense e integrante do Grupo de Pesquisa em Energia e Regulação (GENER/UFF).

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