Ensaio Energético

Indicadores Semanais dos Combustíveis – 3ª semana de novembro/2023

Destaques

  • Sem reajustes feitos pela Petrobras e com o dólar mais caro frente ao real e com preços mais altos nos mercados internacionais, houve diminuição do gap para todos os combustíveis;
  • Gasolina, diesel e GLP estão com preços mais altos no Brasil do que no mercado de referência externo;
  • Para os consumidores finais, gasolina e GLP não apresentaram oscilações nos seus preços. Porém, o etanol apresentou aumento, o que prejudicou a capacidade de pagamento;
  • Em todo o Centro-Oeste, além de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, existe maior vantagem econômica do etanol. Nos demais estados, a gasolina é mais competitiva.

 

Indicadores de Gap

Em 17/11/2023, a Petrobras não comunicou nenhum aumento no preço da gasolina suas refinarias. No cenário externo, a taxa de câmbio teve variações, com uma valorização do dólar frente ao real de 1,37%. No Golfo do México, o preço do galão de gasolina está mais caro em 2,50%. Com a valorização do dólar frente ao real e o aumento do preço do combustível no mercado internacional, o gap da gasolina diminuiu nesta semana, indo de 7,28% acima do Preço de Paridade de Importação para 3,25%. Portanto, a gasolina está se aproximando do PPI.

 

Para o diesel, o gap diminuiu 5,8 pontos percentuais, indo de 25,20% acima do PPI, na semana anterior, para 19,40% acima do PPI nesta semana. A diminuição do gap ocorreu devido ao aumento do preço praticado no mercado internacional e à valorização do dólar frente ao real. No Golfo do México, o preço do galão do diesel avançou cerca de 3,45% entre 10/11 e 17/11. A Petrobras não comunicou nenhum aumento do preço do galão do diesel nesta semana.

 

O GLP também não teve seu preço reajustado para baixo pela Petrobras em 17/11/2023. No mercado internacional, o preço não se alterou. Em ambas as semanas, o preço do galão foi US$0,63. Com a valorização do dólar frente ao real, o gap do GLP apresentou uma diminuição. Atualmente, o botijão de 13kg está 25,43% acima do PPI.

 

Indicadores de Capacidade de Pagamento

O preço nacional da gasolina permanece no patamar de R$ 5,63 pela segunda semana consecutiva. Isso significa que, desde o último boletim, não houve alteração na capacidade de pagamento. Para cada litro adquirido, o consumidor desembolsa 12,80% do salário mínimo diário.

Apesar disso, alguns estados apresentaram alterações significantes. Em Goiás, por exemplo, houve aumento de 20 centavos, fazendo com que o estado passe da 3ª para a 14ª posição no ranking em apenas uma semana. Maranhão e Ceará lideram e ambos apresentam leve melhora. Na parte inferior do gráfico, os Estados com menor poder de compra do combustível são Rondônia, Amazonas e, por último, o Acre.

 

O preço do etanol subiu ligeiramente nesta semana (0,85%), passando a custar R$ 3,57. Com isso, a capacidade de pagamento para o insumo piora suavemente, de forma que o consumidor agora compromete 8,11% do salário mínimo diário a cada litro.

A nível estadual, as UFs com a melhor capacidade de pagamento são Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. No outro extremo, o Amapá possui o etanol mais caro do país, seguido de Rondônia e Roraima. No Amapá, o preço do biocombustível custa mais de 50% acima da média nacional.

 

O preço do botijão de 13 kg GLP atualmente está no patamar de R$ 101,48, o que representa uma redução de 0,04% desde a última divulgação. A capacidade de pagamento do consumidor para o gás permanece em 2,31 dias de trabalhos necessários à compra de cada unidade, tendo como referência o salário mínimo nacional.

Os estados que possuem o preço mais baixo, e, por isso, a maior capacidade de pagamento são Pernambuco, Rio de Janeiro e Alagoas, conforme indicado no gráfico. No outro extremo, Rondônia apresenta redução de 5% no preço do GLP e sobe uma posição. As menores capacidades passam a ser em Tocantins, Amazonas e Roraima.

 

Indicador de Competitividade do Etanol frente à Gasolina

Os mesmos sete estados da semana anterior continuam apresentando um preço de etanol mais competitivo à gasolina. Nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo é muito mais econômico, de um modo geral, para os consumidores abastecerem seus veículos com etanol. No Paraná, embora um pouco menor, também existe vantagem econômica para o biocombustível.

Por outro lado, em pontos mais extremos do país, como os extremos Sul (Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e Norte (Roraima e Amapá), por se situarem mais distantes dos centros produtores de etanol, a gasolina se mostra muito mais vantajosa.

 

Para mais detalhes acerca da metodologia de cálculo dos três indicadores, clique aqui

 

Sugestão de citação: Raeder, F.; Alves, B.; Motta, W. Indicadores Semanais dos CombustíveisBoletim de Indicadores, 3ª semana de novembro/2023. Ensaio Energético, 24 de novembro, 2023.

 

 

Autor Fixo e Editor dos Indicadores do Ensaio Energético. Formado em Economia, Mestre e Doutorando em Economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). É professor substituto da Faculdade de Economia da UFF e pesquisador do Grupo de Energia e Regulação (GENER/UFF).

Bruno Alves

Estudante a nível de bacharelado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Fluminense e integrante do Grupo de Pesquisa em Energia e Regulação (GENER/UFF).

Wolney Motta

Estudante a nível de bacharelado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Fluminense e integrante do Grupo de Pesquisa em Energia e Regulação (GENER/UFF).

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