Ensaio Energético

Gás Natural

Compartilhar ou não compartilhar, eis a questão: experiência internacional e propostas para o Brasil no compartilhamento de terminais de GNL

O mercado de gás, por se configurar como uma indústria de rede, tem em seu processo de abertura a necessidade de discutir acesso às infraestruturas que fazem parte da cadeia de valor. Os terminais de importação de GNL são infraestruturas essenciais, cujo acesso deve ocorrer de forma não discriminatória, respeitando as particularidades operacionais e o investimento realizado. Atualmente, o Brasil possui cinco terminais em operação, mais três em processo final de construção, todos baseados na tecnologia de FSRU, que tem certas limitações e desafios a serem superados para permitir o acesso de terceiros. O objetivo do presente artigo é apresentar as condições para compartilhamento de terminais de GNL no contexto brasileiro, tendo como referência o benchmark internacional. Dadas as especificidades da utilização dos terminais de GNL brasileiros para atendimento muitas vezes dedicado às demandas do setor elétrico, surgem desafios para viabilizar os terminais multiusuários. Esses desafios devem ser endereçados tecnicamente para manter a segurança de suprimento do empreendedor do terminal, mas de forma a permitir o acesso de terceiros. Essa é uma solução que traz mais uma opção de suprimento aos consumidores locais, que podem acessar o mercado internacional para comprar molécula flexível.

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Bioenergia

O mercado de biometano em construção – Parte III: A Ilusão do Pré-Sal Caipira: A escassez de infraestrutura de transporte como barreira ao desenvolvimento do mercado de biometano no Brasil

Embora o mercado de biometano no Brasil seja incipiente, espera-se uma rápida expansão ao longo dos próximos anos. Algumas estimativas sugerem que o Brasil teria um potencial de produzir cerca de 120 MMm³/d de biometano, sendo os resíduos do setor sucroalcooleiro a matéria-prima mais importante. Esse potencial ficou conhecido como Pré-sal Caipira, em alusão as volumosas reservas de óleo e gás natural localizadas no polígono do Pré-sal. Todavia, esse grande aumento esperado pode não se materializar, dado a escassez de infraestrutura de transporte de gás natural. Enquanto as usinas de etanol, principais geradoras de resíduos para produção de biometano no Brasil, se localizam no interior do país, a infraestrutura de transporte de gás natural está concentrada no litoral. Dessa maneira, este artigo visa estimar o potencial de biometano dos resíduos do setor sucroalcooleiro, a fim de identificar se esse potencial se encontra em regiões com alta ou baixa demanda por gás natural. Encontramos que esse potencial, embora seja volumoso, se localiza em regiões com baixa demanda por gás natural. Portanto, para que a oferta de biometano não fique restringida pela falta de demanda, se faz necessário a conexão da produção de biometano à malha interligada de gasodutos, uma vez que isso permitiria a comercialização aos grandes centros consumidores de gás. Caso essa conexão não seja feita, o desenvolvimento do mercado de biometano ficará comprometido. Isso porque o desenvolvimento do potencial de biometano do setor sucroalcooleiro não passaria pela sua comercialização no mercado brasileiro, mas sim pelo autoconsumo de biometano nas lavouras de cana-de-açúcar e/ou pelo aproveitamento do biogás para geração de energia elétrica.

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Combustível

Caminhos para o Desenvolvimento do Mercado de SAFs no Brasil

O Acordo de Paris exige que as economias globais reduzam as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 80% até 2050 em comparação com os níveis de 1990, para limitar o aumento da temperatura global a menos de 2°C. A aviação, sendo uma grande fonte de emissões, está no centro dos debates sobre sustentabilidade. Companhias aéreas e instituições buscam reduzir o impacto ambiental por meio de melhorias operacionais, uso de tecnologias avançadas e combustíveis alternativos ao querosene. Combustíveis Sustentáveis de Aviação (SAFs) são fundamentais, pois outras opções ainda não são viáveis comercialmente. Este artigo analisa as iniciativas brasileiras, avalia a governança atual, adapta o quadro institucional e legal, e desenvolve diretrizes para simplificar o licenciamento ambiental dos combustíveis de aviação.

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Energia Renovável

Implicações da transição energética de baixo carbono para os países produtores de O&G: uma discussão urgente

O artigo analisa as oportunidades e desafios enfrentados pelos países produtores de petróleo e gás natural (O&G) na transição para uma economia de baixo carbono. A transição energética traz riscos significativos para a estabilidade econômica desses países, cujas receitas dependem fortemente das indústrias de O&G. A redução na demanda por combustíveis fósseis pode aumentar a desigualdade econômica e causar tensões políticas. Planos de mitigação incluem diversificação econômica, redução de emissões e adaptação às mudanças climáticas. A colaboração internacional é essencial para apoiar financeiramente esses países e garantir uma transição justa e segura para uma economia de baixo carbono.

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Energia Renovável

Destaques da 45ª Conferência Internacional da IAEE em Istambul

A Conferência Internacional da IAEE em Istambul reuniu especialistas para discutir perspectivas tecnológicas e geopolíticas na indústria de energia. O objetivo foi avaliar os progressos e desafios da transição energética. O congresso destacou uma desilusão com a transição energética: apesar da expansão das fontes renováveis, as emissões de CO2 ainda estão longe de atingir as metas necessárias para limitar o aquecimento global a 1,5º C. A segurança energética tornou-se prioridade devido à volatilidade dos preços e restrições na importação de gás russo. Apesar dos desafios, houve avanços em tecnologias mais limpas, como armazenamento em baterias, hidrogênio de baixo carbono, CCUS e pequenos reatores nucleares, oferecendo esperança para superar os dilemas da transição.

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Energia Renovável

O Clima sob medida: desafios da mensuração das ações climáticas

As políticas climáticas e os mercados de carbono são cruciais para combater as mudanças climáticas, mas enfrentam desafios e escrutínio significativos. Os mercados de carbono enfrentam desafios existenciais relativos à funcionalidade do mercado, à integridade do crédito e à legitimidade da utilização de créditos para compensar emissões em setores de difícil abatimento.
Este artigo tem como objetivo apontar três desafios fundamentais tanto para o desenvolvimento de políticas climáticas quanto para mercados de carbono. Estes desafios perpassam pelas (i) métricas de equivalência, (ii) o conceito de adicionalidade e (iii) os mecanismos de mensuração, monitoramento, relato e verificação (MRV). Todos estes elementos, em conjunto, têm como função básica assegurar efetividade das ações climáticas, a integridade e confiança quanto as medidas de emissões.
O sucesso das políticas climáticas e dos mercados de carbono depende da capacidade de superar estes desafios, garantindo que as reduções e remoções de emissões sejam reais, verificáveis e adicionais.

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Energia Elétrica

Expectativas em relação à abordagem regulatória da distribuição de energia elétrica na Colômbia

Para o desenvolvimento da atividade de distribuição de energia elétrica no cenário de transição energética na Colombia, é preciso avaliar as possíveis modificações ao atual regime de remuneração, considerando que os investimentos dos distribuidores podem envolver tecnologias inovadoras cujo custo e desempenho são mais incertos. O Ministério de Minas e Energia (MME) da Colômbia indicou que o regulador deve considerar a possibilidade de adotar um regime baseado em resultados, com o fim de promover a incorporação dos Recursos Energéticos Distribuídos. A Comisión de Regulación de Energia y Gas (CREG) deverá avaliar a conveniência de adotar esse tipo de abordagem regulatória. No entanto, a preocupação do setor é a nomeação permanente dos especialistas responsáveis pelas decisões na CREG.

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Energia Renovável

A Cadeia Produtiva do Aerogerador no Brasil e o risco de desmantelamento

A Política de Conteúdo Local (PCL) do BNDES conseguiu desenvolver uma cadeia produtiva do aerogerador no Brasil sem afetar o nível de competitividade da energia eólica. No entanto, a falta de consonância entre a PCL do BNDES e o quadro institucional do país tem afetado o ritmo atual de contratação de energia eólica e está colocando em risco essa cadeia produtiva. Portanto, o objetivo desse trabalho é apresentar as principais características para uma PCL ser eficiente e explicar o risco atual de desmantelamento da cadeia produtiva do aerogerador no Brasil.

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Gás Natural

A morte das redes? O desafio da rede integrada de transporte de gás no Brasil

O artigo aborda a ameaça de desintegração do mercado de gás natural no Brasil devido à subutilização da rede de transporte integrada. Com a expiração dos contratos das termelétricas, há risco de desconexão dessas plantas da rede, resultando em aumento médio tarifário de 59%. Isso poderia levar grandes consumidores a buscar alternativas diretas, como terminais de GNL, desestruturando o mercado. Este artigo analisa esses impactos e sugere ajustes nas regras do leilão de reserva de capacidade de 2024 para equilibrar a competitividade entre termelétricas conectadas e isoladas, garantindo a segurança energética e a sustentabilidade da rede de transporte.

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Combustível

Planejamento Urbano Eficiente: Redução de Emissões, Mobilidade e Co-Benefícios da Aglomeração Urbana

Este artigo explora as correlações entre a estrutura urbana e as emissões de poluentes, com ênfase no impacto dos deslocamentos automotivos e na importância de um planejamento urbano eficiente. A revisão de literatura revela que a expansão desordenada das cidades aumenta significativamente as emissões de poluentes, prejudicando a qualidade do ar e a saúde pública. Em contrapartida, a aglomeração urbana pode reduzir essas emissões e promover economias de escala, desde que bem planejada para evitar superlotação e degradação ambiental. O estudo destaca a urgência de adotar políticas de planejamento urbano inteligente para criar cidades mais compactas, sustentáveis e resilientes, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas e a melhoria da qualidade de vida urbana.

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