Ensaio Energético

Gás Natural

Estocagem subterrânea de gás natural e perspectiva no mundo carbono neutro

A estocagem subterrânea de gás natural (ESGN) é uma infraestrutura muito comum em mercados maduros de gás natural, com papel importante na segurança energética desses países devido sua capacidade de armazena o energético para suprimento da demanda durante o inverno. No Brasil, ainda não existe infraestrutura de ESGN, mas alguns players estão desenvolvendo esse modelo de negócio que tem alta demanda no contexto de abertura de mercado. Por esse motivo, torna-se relevante a análise desses investimentos tendo em vista o contexto de transição energética, pois o investimento em ESGN requer maturação de longo prazo. Apesar do potencial risco de se tornar um “stranted asset”, o investimento em ESGN é essencial para o mercado de gás no curto e médio prazo. A longo prazo, o gás e, mais importante, as infraestruturas de rede relacionadas ao gás natural terão um papel chave pra viabilizar algumas tecnologias de baixo carbono atualmente em desenvolvimento. As principais estão relacionadas a Captura e Armazenamento de Carbono (CCS), hidrogênio e gás renovável. Diante deste cenário, o objetivo do presente artigo é apresentar as vias tecnológicas que podem se aproveitar da infraestrutura de ESGN no contexto da transição energética e alinhada com as metas de net zero de 2050.

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Energia Elétrica

20 Anos de Leilões de Energia no Brasil: Evolução e Novos Desafios

O artigo aborda os 20 anos de leilões de energia no Brasil, instituídos pela Lei 10.848/04, que impulsionaram a expansão e diversificação da matriz elétrica. Com 93 GW contratados, incluindo 70,3 GW de fontes renováveis, os leilões desempenharam papel crucial na política energética. Entretanto, a inserção de fontes intermitentes, como solar e eólica, trouxe desafios relacionados à flexibilidade do sistema. O estudo destaca a recente perda de relevância dos leilões de energia nova e discute a expectativa em torno do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP), projetado para lidar com os novos requisitos de potência.

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Energia Elétrica

Eletrificação e os Desafios da Transformação da Indústria Automobilística no Brasil

O artigo examina a eletrificação da indústria automobilística no Brasil, destacando a importância de reduzir as emissões no setor de transportes, que representa 44% das emissões de CO₂ no país. A eletrificação de veículos surge como uma alternativa promissora, mas enfrenta desafios como altos custos, dependência de importações e falta de infraestrutura de recarga. Embora o licenciamento de veículos elétricos esteja crescendo, ele ainda é pequeno em comparação com o total. O artigo também discute a necessidade de políticas públicas robustas e de modernização do transporte público, cujos altos custos operacionais e envelhecimento da frota agravam os problemas do setor.

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Gás Natural

Inauguração da Rota 3: Impactos na oferta disponível e reinjeção de gás no Pré-sal

O artigo discute o impacto da inauguração da Rota 3 no fornecimento de gás natural no Brasil e a reinjeção no Pré-sal. O objetivo é analisar como essa nova infraestrutura influenciará o mercado de gás, destacando o aumento da oferta doméstica e a redução da necessidade de importações. A Rota 3, com uma capacidade de 18 MMm³/d, aliviará as restrições de escoamento e permitirá maior disponibilidade de gás. O principal resultado indica que, embora a Rota 3 aumente a oferta firme em 25%, ela não eliminará a dependência de importações, mas será um passo importante para reduzir o uso de gás importado.

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Gás Natural

Compartilhar ou não compartilhar, eis a questão: experiência internacional e propostas para o Brasil no compartilhamento de terminais de GNL

O mercado de gás, por se configurar como uma indústria de rede, tem em seu processo de abertura a necessidade de discutir acesso às infraestruturas que fazem parte da cadeia de valor. Os terminais de importação de GNL são infraestruturas essenciais, cujo acesso deve ocorrer de forma não discriminatória, respeitando as particularidades operacionais e o investimento realizado. Atualmente, o Brasil possui cinco terminais em operação, mais três em processo final de construção, todos baseados na tecnologia de FSRU, que tem certas limitações e desafios a serem superados para permitir o acesso de terceiros. O objetivo do presente artigo é apresentar as condições para compartilhamento de terminais de GNL no contexto brasileiro, tendo como referência o benchmark internacional. Dadas as especificidades da utilização dos terminais de GNL brasileiros para atendimento muitas vezes dedicado às demandas do setor elétrico, surgem desafios para viabilizar os terminais multiusuários. Esses desafios devem ser endereçados tecnicamente para manter a segurança de suprimento do empreendedor do terminal, mas de forma a permitir o acesso de terceiros. Essa é uma solução que traz mais uma opção de suprimento aos consumidores locais, que podem acessar o mercado internacional para comprar molécula flexível.

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Bioenergia

O mercado de biometano em construção – Parte III: A Ilusão do Pré-Sal Caipira: A escassez de infraestrutura de transporte como barreira ao desenvolvimento do mercado de biometano no Brasil

Embora o mercado de biometano no Brasil seja incipiente, espera-se uma rápida expansão ao longo dos próximos anos. Algumas estimativas sugerem que o Brasil teria um potencial de produzir cerca de 120 MMm³/d de biometano, sendo os resíduos do setor sucroalcooleiro a matéria-prima mais importante. Esse potencial ficou conhecido como Pré-sal Caipira, em alusão as volumosas reservas de óleo e gás natural localizadas no polígono do Pré-sal. Todavia, esse grande aumento esperado pode não se materializar, dado a escassez de infraestrutura de transporte de gás natural. Enquanto as usinas de etanol, principais geradoras de resíduos para produção de biometano no Brasil, se localizam no interior do país, a infraestrutura de transporte de gás natural está concentrada no litoral. Dessa maneira, este artigo visa estimar o potencial de biometano dos resíduos do setor sucroalcooleiro, a fim de identificar se esse potencial se encontra em regiões com alta ou baixa demanda por gás natural. Encontramos que esse potencial, embora seja volumoso, se localiza em regiões com baixa demanda por gás natural. Portanto, para que a oferta de biometano não fique restringida pela falta de demanda, se faz necessário a conexão da produção de biometano à malha interligada de gasodutos, uma vez que isso permitiria a comercialização aos grandes centros consumidores de gás. Caso essa conexão não seja feita, o desenvolvimento do mercado de biometano ficará comprometido. Isso porque o desenvolvimento do potencial de biometano do setor sucroalcooleiro não passaria pela sua comercialização no mercado brasileiro, mas sim pelo autoconsumo de biometano nas lavouras de cana-de-açúcar e/ou pelo aproveitamento do biogás para geração de energia elétrica.

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Combustível

Caminhos para o Desenvolvimento do Mercado de SAFs no Brasil

O Acordo de Paris exige que as economias globais reduzam as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 80% até 2050 em comparação com os níveis de 1990, para limitar o aumento da temperatura global a menos de 2°C. A aviação, sendo uma grande fonte de emissões, está no centro dos debates sobre sustentabilidade. Companhias aéreas e instituições buscam reduzir o impacto ambiental por meio de melhorias operacionais, uso de tecnologias avançadas e combustíveis alternativos ao querosene. Combustíveis Sustentáveis de Aviação (SAFs) são fundamentais, pois outras opções ainda não são viáveis comercialmente. Este artigo analisa as iniciativas brasileiras, avalia a governança atual, adapta o quadro institucional e legal, e desenvolve diretrizes para simplificar o licenciamento ambiental dos combustíveis de aviação.

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Energia Renovável

Implicações da transição energética de baixo carbono para os países produtores de O&G: uma discussão urgente

O artigo analisa as oportunidades e desafios enfrentados pelos países produtores de petróleo e gás natural (O&G) na transição para uma economia de baixo carbono. A transição energética traz riscos significativos para a estabilidade econômica desses países, cujas receitas dependem fortemente das indústrias de O&G. A redução na demanda por combustíveis fósseis pode aumentar a desigualdade econômica e causar tensões políticas. Planos de mitigação incluem diversificação econômica, redução de emissões e adaptação às mudanças climáticas. A colaboração internacional é essencial para apoiar financeiramente esses países e garantir uma transição justa e segura para uma economia de baixo carbono.

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Energia Renovável

Destaques da 45ª Conferência Internacional da IAEE em Istambul

A Conferência Internacional da IAEE em Istambul reuniu especialistas para discutir perspectivas tecnológicas e geopolíticas na indústria de energia. O objetivo foi avaliar os progressos e desafios da transição energética. O congresso destacou uma desilusão com a transição energética: apesar da expansão das fontes renováveis, as emissões de CO2 ainda estão longe de atingir as metas necessárias para limitar o aquecimento global a 1,5º C. A segurança energética tornou-se prioridade devido à volatilidade dos preços e restrições na importação de gás russo. Apesar dos desafios, houve avanços em tecnologias mais limpas, como armazenamento em baterias, hidrogênio de baixo carbono, CCUS e pequenos reatores nucleares, oferecendo esperança para superar os dilemas da transição.

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Energia Renovável

O Clima sob medida: desafios da mensuração das ações climáticas

As políticas climáticas e os mercados de carbono são cruciais para combater as mudanças climáticas, mas enfrentam desafios e escrutínio significativos. Os mercados de carbono enfrentam desafios existenciais relativos à funcionalidade do mercado, à integridade do crédito e à legitimidade da utilização de créditos para compensar emissões em setores de difícil abatimento.
Este artigo tem como objetivo apontar três desafios fundamentais tanto para o desenvolvimento de políticas climáticas quanto para mercados de carbono. Estes desafios perpassam pelas (i) métricas de equivalência, (ii) o conceito de adicionalidade e (iii) os mecanismos de mensuração, monitoramento, relato e verificação (MRV). Todos estes elementos, em conjunto, têm como função básica assegurar efetividade das ações climáticas, a integridade e confiança quanto as medidas de emissões.
O sucesso das políticas climáticas e dos mercados de carbono depende da capacidade de superar estes desafios, garantindo que as reduções e remoções de emissões sejam reais, verificáveis e adicionais.

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