Ensaio Energético

Gás Natural

Entre a precaução ambiental e a exploração de novas fronteiras exploratórias: os casos da Margem Equatorial e dos Recursos Não Convencionais

Os processos de avaliação e administração de riscos e incertezas são atividades recorrentes na prática da regulação ambiental. Essas ações pretendem impor, por vezes, mitigantes e condicionantes às atividades capazes de gerar externalidades negativas ao meio ambiente. O licenciamento ambiental seria um dos momentos em que o tradeoff entre proteção ambiental e desenvolvimento econômico ocorre. Contudo, nem sempre esse procedimento instrumentaliza a proporcionalidade e a razoabilidade administrativas de forma adequada, podendo ocorrer excessos tanto para mais quanto para menos. No caso da exploração de novas fronteiras, os excessos para mais têm se materializado pela implementação de exaustiva precaução.

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Energia Renovável

Finanças Climáticas: A Busca pela Mobilização de Recursos para as Ações do Clima

A COP29 e a Cúpula do G20 irão discutir de forma aprofundada o financiamento climático, definindo novas metas internacionais. No ritmo atual estamos nos dirigindo a um aquecimento médio global bastante acima do definido no Acordo de Paris. Além da lacuna quanto a atual trajetória de emissões, existem desafios na implementação das NDCs e na mobilização de recursos financeiros para ação climática. Este artigo tem como objetivo evidenciar as discussões quanto às finanças do clima e o papel de fundos públicos e privados para a viabilização de transições energéticas, ações de mitigação e de adaptação. Dentre as estratégias de mobilização de recursos estão medidas de gestão de recursos públicos e instrumentos para a atração de capital privado. O atual esforço diplomático e a discussão de compromissos financeiros representam um caminho promissor que dependerá de um grande esforço coordenado dos países e do setor privado para que o financiamento climático reoriente a atual trajetória de emissões.

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Bioenergia

Biometano ou gás natural, qual a opção mais factível para reindustrialização da indústria química? Um estudo de caso do biometanol

O Biometanol é quimicamente a mesma molécula que o metanol, porém utiliza biometano como insumo. A indústria do biometanol é emergente, com poucos players atuando e sem rota tecnológica estabelecida. Mas há grande expectativas de crescimento, principalmente puxadas pela transição energética do transporte marítimo.

Este artigo estuda a abordagem de reindustrialização da indústria química renovável com base na produção de biometanol e com o uso de biometano. Assim como foi feito pela EPE (2019 e 2024) para a indústria do metanol, o objetivo principal do artigo é estimar o preço do biometano máximo que viabiliza a indústria do biometanol no Brasil.

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Energia Elétrica

As hidrelétricas e a incerteza climática: a conjuntura atual do setor elétrico do Equador e da Colômbia

Os países da América do Sul têm enfrentado um período anormalmente seco durante 2024. Particularmente no Equador, as fortes secas de 2024 afetaram o setor elétrico devido a sua dependência das hidrelétricas, o que levou a programação de interrupções massivas de energia em abril e outubro. De forma semelhante, na Colômbia há preocupações devido a dependência de fontes de geração hídricas e pelos efeitos da mudança climática, que tem causado padrões de chuvas mais irregulares. Embora essa crise afete de diferentes formas a estes dois países, há um fator comum determinante: a falta de investimentos e o impacto da crise climática.

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Gás Natural

Estocagem subterrânea de gás natural e perspectiva no mundo carbono neutro

A estocagem subterrânea de gás natural (ESGN) é uma infraestrutura muito comum em mercados maduros de gás natural, com papel importante na segurança energética desses países devido sua capacidade de armazena o energético para suprimento da demanda durante o inverno. No Brasil, ainda não existe infraestrutura de ESGN, mas alguns players estão desenvolvendo esse modelo de negócio que tem alta demanda no contexto de abertura de mercado. Por esse motivo, torna-se relevante a análise desses investimentos tendo em vista o contexto de transição energética, pois o investimento em ESGN requer maturação de longo prazo. Apesar do potencial risco de se tornar um “stranted asset”, o investimento em ESGN é essencial para o mercado de gás no curto e médio prazo. A longo prazo, o gás e, mais importante, as infraestruturas de rede relacionadas ao gás natural terão um papel chave pra viabilizar algumas tecnologias de baixo carbono atualmente em desenvolvimento. As principais estão relacionadas a Captura e Armazenamento de Carbono (CCS), hidrogênio e gás renovável. Diante deste cenário, o objetivo do presente artigo é apresentar as vias tecnológicas que podem se aproveitar da infraestrutura de ESGN no contexto da transição energética e alinhada com as metas de net zero de 2050.

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Energia Elétrica

20 Anos de Leilões de Energia no Brasil: Evolução e Novos Desafios

O artigo aborda os 20 anos de leilões de energia no Brasil, instituídos pela Lei 10.848/04, que impulsionaram a expansão e diversificação da matriz elétrica. Com 93 GW contratados, incluindo 70,3 GW de fontes renováveis, os leilões desempenharam papel crucial na política energética. Entretanto, a inserção de fontes intermitentes, como solar e eólica, trouxe desafios relacionados à flexibilidade do sistema. O estudo destaca a recente perda de relevância dos leilões de energia nova e discute a expectativa em torno do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP), projetado para lidar com os novos requisitos de potência.

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Energia Elétrica

Eletrificação e os Desafios da Transformação da Indústria Automobilística no Brasil

O artigo examina a eletrificação da indústria automobilística no Brasil, destacando a importância de reduzir as emissões no setor de transportes, que representa 44% das emissões de CO₂ no país. A eletrificação de veículos surge como uma alternativa promissora, mas enfrenta desafios como altos custos, dependência de importações e falta de infraestrutura de recarga. Embora o licenciamento de veículos elétricos esteja crescendo, ele ainda é pequeno em comparação com o total. O artigo também discute a necessidade de políticas públicas robustas e de modernização do transporte público, cujos altos custos operacionais e envelhecimento da frota agravam os problemas do setor.

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Gás Natural

Inauguração da Rota 3: Impactos na oferta disponível e reinjeção de gás no Pré-sal

O artigo discute o impacto da inauguração da Rota 3 no fornecimento de gás natural no Brasil e a reinjeção no Pré-sal. O objetivo é analisar como essa nova infraestrutura influenciará o mercado de gás, destacando o aumento da oferta doméstica e a redução da necessidade de importações. A Rota 3, com uma capacidade de 18 MMm³/d, aliviará as restrições de escoamento e permitirá maior disponibilidade de gás. O principal resultado indica que, embora a Rota 3 aumente a oferta firme em 25%, ela não eliminará a dependência de importações, mas será um passo importante para reduzir o uso de gás importado.

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Gás Natural

Compartilhar ou não compartilhar, eis a questão: experiência internacional e propostas para o Brasil no compartilhamento de terminais de GNL

O mercado de gás, por se configurar como uma indústria de rede, tem em seu processo de abertura a necessidade de discutir acesso às infraestruturas que fazem parte da cadeia de valor. Os terminais de importação de GNL são infraestruturas essenciais, cujo acesso deve ocorrer de forma não discriminatória, respeitando as particularidades operacionais e o investimento realizado. Atualmente, o Brasil possui cinco terminais em operação, mais três em processo final de construção, todos baseados na tecnologia de FSRU, que tem certas limitações e desafios a serem superados para permitir o acesso de terceiros. O objetivo do presente artigo é apresentar as condições para compartilhamento de terminais de GNL no contexto brasileiro, tendo como referência o benchmark internacional. Dadas as especificidades da utilização dos terminais de GNL brasileiros para atendimento muitas vezes dedicado às demandas do setor elétrico, surgem desafios para viabilizar os terminais multiusuários. Esses desafios devem ser endereçados tecnicamente para manter a segurança de suprimento do empreendedor do terminal, mas de forma a permitir o acesso de terceiros. Essa é uma solução que traz mais uma opção de suprimento aos consumidores locais, que podem acessar o mercado internacional para comprar molécula flexível.

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Bioenergia

O mercado de biometano em construção – Parte III: A Ilusão do Pré-Sal Caipira: A escassez de infraestrutura de transporte como barreira ao desenvolvimento do mercado de biometano no Brasil

Embora o mercado de biometano no Brasil seja incipiente, espera-se uma rápida expansão ao longo dos próximos anos. Algumas estimativas sugerem que o Brasil teria um potencial de produzir cerca de 120 MMm³/d de biometano, sendo os resíduos do setor sucroalcooleiro a matéria-prima mais importante. Esse potencial ficou conhecido como Pré-sal Caipira, em alusão as volumosas reservas de óleo e gás natural localizadas no polígono do Pré-sal. Todavia, esse grande aumento esperado pode não se materializar, dado a escassez de infraestrutura de transporte de gás natural. Enquanto as usinas de etanol, principais geradoras de resíduos para produção de biometano no Brasil, se localizam no interior do país, a infraestrutura de transporte de gás natural está concentrada no litoral. Dessa maneira, este artigo visa estimar o potencial de biometano dos resíduos do setor sucroalcooleiro, a fim de identificar se esse potencial se encontra em regiões com alta ou baixa demanda por gás natural. Encontramos que esse potencial, embora seja volumoso, se localiza em regiões com baixa demanda por gás natural. Portanto, para que a oferta de biometano não fique restringida pela falta de demanda, se faz necessário a conexão da produção de biometano à malha interligada de gasodutos, uma vez que isso permitiria a comercialização aos grandes centros consumidores de gás. Caso essa conexão não seja feita, o desenvolvimento do mercado de biometano ficará comprometido. Isso porque o desenvolvimento do potencial de biometano do setor sucroalcooleiro não passaria pela sua comercialização no mercado brasileiro, mas sim pelo autoconsumo de biometano nas lavouras de cana-de-açúcar e/ou pelo aproveitamento do biogás para geração de energia elétrica.

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